Quem é Jane

Escolhi como profissão o jornalismo, que exerci por mais de 15 anos, trabalhando em emissoras de rádio, televisão, jornais e revistas. Também fui professora universitária, mas não me sentia feliz em sala de aula, sempre gostei mais de fazer do que de ensinar a fazer. Não pensei duas vezes quando troquei a estabilidade de uma carreira universitária pela total vulnerabilidade das redações de jornais. Se a gente não tem estabilidade de vida, por que deveria ter na profissão, não é verdade?

Sempre tive fascínio por gente, gosto de ouvir e contar histórias, por isso durante muitos anos o telejornalismo fez o meu coração vibrar, até que fui seduzida pelo marketing, que também me possibilita estar permanentemente em contato com as emoções humanas.

Tenho o privilégio de trabalhar com meus dois amados filhos, Caio e Diogo, também jornalistas, realçando a beleza de pessoas e produtos, com o compromisso ético de só fazer aquilo que nos aconselha o coração. Sem envolvimento emocional, qualquer trabalho vai sempre deixar a desejar. Colocar a alma naquilo que a gente produz, faz toda diferença.

A espiritualidade sempre definiu as minhas escolhas, mas eu só me tornei consciente da minha missão de vida quando fui surpreendida com um diagnóstico de aneurisma cerebral. Naquela época, eu funcionava com três celulares, tinha a ilusão de poder controlar a vida, queria ser reconhecida pela inteligência. Abusei do cérebro, fui além do que ele podia suportar.

Operei e por milagre sobrevivi. Mas o melhor ainda estava por vir: foi na solidão de uma UTI do hospital da Beneficência Portuguesa, em São Paulo, que descobri o quanto estava fugindo de mim mesma, ensaiando viver um dia. Sabia muita coisa do mundo, mas absolutamente nada de mim mesma.

Quem era aquela mulher que estava ali, feito uma menina, com medo de morrer sem ter vivido?

Que inutilidade tinha sido a minha vida… que maldade eu havia feito comigo mesma… quanto desamor… quanta ilusão… tinha tempo para todo mundo, menos para mim… que monumental bobiça, diria a minha avó. E foi no limite tênue entre a vida e a morte, que eu fiz a maior descoberta da minha vida: eu sou aquela por quem tenho procurado.

Tudo mudou desde então. Parei com a correria do dia a dia, comecei a me deliciar com as pequeninas coisas da vida, a prestar mais atenção nas pessoas, a amar sem a necessidade de ser amada. Cancelei todas as viagens que havia programado. Chega de colecionar paisagens, o melhor lugar do mundo é onde estão as pessoas que a gente ama. Ninguém precisa ir ao Himalaia para despertar, já nascemos iluminados, nossa tarefa é unicamente retirar os véus que nós mesmos colocamos sobre os nossos olhos e que nos impedem de reconhecer que somos seres divinos, filhos do Criador da vida. Se filho de peixe é peixinho, por que filho de Deus não é deusinho?

O celular ficou para trás, é um brinquedo perigoso, nasceu para aproximar as pessoas, mas está fazendo justamente o contrário, isolando-as, criando realidades virtuais e embrutecendo as pessoas. Se não praticamos o amor, o que sobra é a violência.

Depois de andar por mosteiros, ashrams e igrejas, das mais variadas linhagens espirituais, descobri que o amor é a minha religião. Não preciso de rituais para falar com Deus, basta o silêncio. Há muito deixei de procurá-lo em templos e escrituras, hoje eu sei que Ele mora dentro de mim, somos partes indissolúveis e inseparáveis – eu não existo sem Ele e nem Ele existe sem mim.

Essa evidência eu devo à leitura do livro Um Curso em Milagres, o mais transformador que eu já li em toda a minha vida. Ele me colocou no caminho do Reiki, que eu considero a minha missão nesta existência. Tornei-me doadora dessa ponderosa energia de cura natural e há mais de 15 anos tenho o privilégio de presenciar verdadeiros milagres. Não existe espetáculo mais lindo do que o despertar espiritual de um ser humano. O Reiki já me deu duas certezas: 1. toda doença é um pedido de amor; 2. quem perdoa está curado.

Virei escritora meio que por acaso. Foi numa aula de Yoga que eu descobri que artigos meus publicados por um jornal de Vitória estavam confortando o coração de uma mãe que havia perdido a filha, assassinada pelo ex-namorado inconformado com o fim do romance. Quando ela me apresentou uma caixa repleta de artigos, pensei na hora: se as minhas palavras serviram para acalentar o coração dessa mãe, podem fazer isso com mais pessoas. E assim nasceu o meu primeiro livro: Tudo é perfeito do jeito que é, que superou todas as minhas expectativas, está vendendo que nem pão quente, sinal de que tem mais gente do que se imagina na trilha do autoconhecimento.

Fiquei animada com a receptividade das minhas ideias e acabei escrevendo os seis livros que estou lançando agora junto com este site:  Fazendo nada; Felicidade é precisar de pouco; Floresça onde Deus te colocou; Meditação Fácil; Reiki Usui, mãos que curam e Karuna Reiki, o fogo que cura. Todos eles estão à venda no Play Livros (aplicativo do Google para livros no formato e-book). Se você me der a honra de ser minha ou meu leitor, vou me sentir muito honrada. Se os meus novos livros tocarem de alguma forma o seu coração, incentivando você a fazer pequenas transformações na sua vida, eles terão cumprido a sua missão.  Penso igualzinho à Cora Coralina: nada faz sentido nesta vida se não tocamos o coração de uma pessoa.

Enfim, esta sou eu, um ser humano em construção, passível de rachaduras e sempre aberta a reformas, uma mulher que olha o mundo com os olhos de uma menina, uma eterna aprendiz.